após ‘Vingadores’, novos filmes devem trazer personagem LGBT
A Marvel pretende iniciar uma nova fase de filmes em seu universo cinematográfico, dando continuidade aos eventos que foram narrados em Vingadores: Ultimato, e que terão sua conclusão em Homem-Aranha: Longe de Casa. Nesse novo ciclo, a produtora pretende inserir personagens LGBT entre os heróis.
Essa proposta tem como principal defensora dentro do estúdio a produtora-executiva Victoria Alonso. Anteriormente, durante o lançamento do filme Capitã Marvel, ela declarou que “o mundo está pronto para um super-herói gay”, e acrescentou: “Se não colocarmos o pé sobre a diversidade e a inclusão, não teremos sucesso contínuo”.
A inserção de personagens LGBT nos filmes da Marvel podem acontecer através do longa-metragem Os Eternos, que ainda não tem data de lançamento definida, mas tem Angelina Jolie confirmada no elenco. Um rumor divulgado pelo That Hashtag Show, um dos personagens do filme será gay, e o diretor Chloe Zhao, que teria sido escolhido para comandar o projeto, estaria em busca de um ator que também seja homossexual para viver o personagem.
Resposta
A hipótese, segundo o evangelista Glaudstone Dias, da Igreja Batista Pentecostal Mundial em Campo Grande, no Rio de Janeiro (RJ), é parte do que a sociedade vive atualmente. A comunidade LGBT quer fazer com que eles sejam aceitos diante do crescimento dos filmes de herói. É uma forma de eles irem se encaixando, assim como foi em novelas, minisséries e outros tipos de filmes”, ponderou, em entrevista ao portal Pleno News.
Para Dias, no entanto, isso só evidencia o quanto o cenário é desafiador para a Igreja: “Vejo nisso que a Igreja tem um longo caminho pela frente. Trabalhamos muito com as coisas relacionadas ao mundo espiritual e não nos especializamos em pessoas”, acrescentou.
A introdução a essa abordagem já aconteceu nos cinemas: Vingadores: Ultimato traz um diálogo em um grupo de apoio, no segundo ato do filme, em que um dos diretores, Joe Russo, interpreta um homem narrando seu encontro com outro homem.
A personagem Valquíria, apresentada em Thor: Ragnarok (2017), deixou no ar a sugestão de que seria homossexual. Desde então, fãs da Marvel que simpatizam com o movimento LGBT vêm pedindo, na internet, que um romance entre ela e a Capitã Marvel seja apresentado nos próximos filmes.
Todo esse contexto não é uma surpresa, segundo o pastor Eduardo Medeiros, da Igreja do Evangelho Quadrangular, em Curitiba (PR). “Seria muito preciosismo de nossa parte não esperar que eles abordassem as minorias. Não acho saudável fazer de conta que a comunidade LGBT não existe. Ela é uma realidade com a qual nós ainda não sabemos lidar como Igreja. São movimentos contemporâneos que a Igreja precisa dar resposta”, afirmou Eduardo, idealizador do Parábolas Geek.
A arte e a cultura influenciam a sociedade, e vice-versa. Dessa forma, a ênfase no politicamente correto que os movimentos sociais têm pregado, termina por delinear parâmetros nas produções do cinema, assim como da TV. O pastor Tiago Stachon, da SkyChurch, em Curitiba, entende que o papel da Igreja é estar pronta para dialogar sem esquecer quais são os princípios bíblicos.
“Qualquer que seja a mensagem, cabe a nós, cristãos, entendermos o que a Bíblia diz e qual deve ser nosso preparo para tratar essa mensagem em nós e na sociedade. Os gays existem faz tempo. Esconder essa realidade é um crime de não acolhimento a qualquer classe, etnia ou opção sexual humana. Excluir da ficção, sem ser um selo gospel, acredito ser uma tarefa impossível e sem volta”, concluiu.
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