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O presidente Jair Bolsonaro disse neste domingo, 12, durante uma celebração de Páscoa com líderes religiosos, que o novo coronavírus "está começando a ir embora". De acordo com o Ministério da Saúde, porém, a situação mais crítica, ao menos em São Paulo e no Rio de Janeiro, deve ser vivenciada apenas no final de abril e no início de maio.

"Tenho dito desde o começo, há 40 dias. Temos dois problemas pela frente, o vírus e o desemprego. Quarenta dias depois, parece que está começando a ir embora a questão do vírus, mas está chegando e batendo forte o desemprego", afirmou o presidente, ao final da celebração, realizada por videoconferência.



Até este domingo, 1.223 pessoas perderam a vida no Brasil por conta da covid-19. Ao todo, são 22.169 casos confirmados até o momento. "Devemos lutar contra essas duas coisas (o vírus e o desemprego). Obviamente, sempre lutamos crendo, acreditando em Deus acima de tudo. Vamos vencer esses obstáculos. Não serão fáceis, mas chegaremos lá", completou o presidente.
Presidente Jair Bolsonaro, que menospreza o coronavírus © GABRIELA BILÓ/ESTADÃO Presidente Jair Bolsonaro, que menospreza o coronavírus

Procurado pela reportagem, o Ministério da Saúde não comentou as declarações de Bolsonaro.

Ao encerrar a celebração, Bolsonaro lembrou o atentado que sofreu em 2018, durante a campanha eleitoral. Definiu o episódio como um milagre que o permitiu vivenciar um outro, a vitória na eleição presidencial.

O presidente participou da celebração de Páscoa com os religiosos do Palácio da Alvorada. Prestigiaram a videoconferência 21 representantes da Igreja Católica, de igrejas evangélicas e da comunidade judaica, além da empresária e escritora Íris Abravanel, que foi a mediadora da conferência. Ela é casada com o apresentador de TV Silvio Santos.

Orações. Nas duas horas e 20 minutos de transmissão, os religiosos fizeram orações contra a pandemia e pela recuperação da economia nacional.

"Quanto a esse coronavírus, que está atacando, oramos agora em nome de Jesus Cristo. E nós amarramos esse principado, essa potestade maligna... que está infectando o povo do mundo todo. E daqui damos a benção e dizemos: demônio, você está amarrado em nome do senhor Jesus!", disse o missionário RR Soares, da Igreja Internacional da Graça.

O rabino Leib Rojtenberg, da Beit Chabad de Brasília, por sua vez, afirmou que o momento exige que as pessoas abram mão de ir às ruas, uma posição que contraria o tom de discurso adotado por Bolsonaro. A recomendação para que as pessoas fiquem em casa é a principal estratégia da maior parte dos especialistas para que a velocidade de contágio seja reduzida.

"A mão de Deus conseguiu entrar e colocar todos nós na mesma situação, dentro de casa. Claro que toda mudança é para o bem. Devemos receber essa lição com bons olhos, celebrarmos a liberdade. E liberdade não é só sair na rua, coisa que devemos nos abster nesses dias. Mas sim de expressão, harmonia, compaixão, solidariedade. Individualidades devem ser deixadas de lado", disse.

O presidente Bolsonaro tem deixado de lado a orientação de isolamento. Na sexta-feira e no sábado, ele foi ao encontro de apoiadores, que se aglomeraram para cumprimentá-lo.




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