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Matrícula de novo faccionado do PCC, com informações sobre a "quebrada" de origem e interrogatório básico (Foto/Divulgação)

“É isso mesmo, Samurai, que você quer para sua vida, irmão, fazer parte do Primeiro Comando da Capital?”

As constantes investidas do sistema de segurança público contra o PCC ainda não conseguiram desarticular a estrutura organizacional da facção que passa, principalmente, pelos presídios de Mato Grosso do Sul. Daqui, os “Linha Vermelha” comandam o crime no Nordeste, aliciam integrantes e participam dos batismos, em que os novos faccionados são questionados sobre uso de drogas, ética do crime e homossexualidade.

Os batismos são realizados durante conferências, encontro com várias demandas do PCC que chegam a durar 4h, 5h. No ritual de iniciação, os criminosos respondem a minucioso questionário. A frase que abre esta reportagem faz parte de áudio interceptado durante a Operação Flashback II, deflagrada na semana passada em MS e mais dez estados, em que o iniciado passa pelo interrogatório.

Parte do áudio foi suprimido desta reportagem por não ser facilmente entendido, mas o que se segue é uma amostra dos rituais seguidos para marcar a entrada no PCC. Inicialmente, a conferência é aberta com apresentação das lideranças presentes, os que ocupam a função de “Geral” na facção em vários estados.

O áudio segue já com a primeira pergunta feita ao convidado, identificado como “Samurai”. Do outro lado da linha, o homem pergunta:

    “quando nossos irmãos e irmã te fez (sic) o convite para fazer parte do primeiro comando, você tá entrando de corpo, alma e coração?”.

Depois da resposta afirmativa, segue o interrogatório: se “Samurai” tem algum parente que já faz parte do PCC, se tem alguma dívida com a facçao, se já teve alguma “reação resolvida pela disciplina” do comando, se usou drogas consideradas proibidas para os faccionados, como pasta-base, crack ou óxi. -

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