O SBT não exibiu neste sábado (23.mai.2020) seu principal telejornal, o SBT Brasil. Esta é a 1ª vez que o programa não foi ao ar desde sua estreia, em 2005.
De acordo com relatos de profissionais do jornalismo da emissora, a decisão partiu do próprio dono do SBT, Silvio Santos, e foi informada aos funcionários ao longo desta tarde, quando eles trabalhavam na edição que não chegou a ser televisionada. Segundo o colunista do Uol Mauricio Stycer, o empresário teria ouvido reclamações de governistas sobre a cobertura do SBT Brasil a respeito do vídeo da reunião ministerial de 22 de maio.
Silvio Santos é apoiador do presidente Jair Bolsonaro e uma de suas filhas, Patrícia Abravanel, casada com o deputado Fábio Faria (PSD-RN). Ainda de acordo com o Uol, Faria fez chegar ao sogro reclamação que teria recebido do chefe da Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência), Fabio Wajngarten, a respeito do telejornal.
O pivô do descontentamento dos bolsonaristas seria a abordagem das reportagens que trataram da reunião ministerial, na qual Bolsonaro fala sobre troca na “segurança no Rio de Janeiro“. O ex-ministro da Justiça Sergio Moro afirma que o presidente revelou ali desejo de interferir na Polícia Federal por interesse pessoal.
No horário em que o telejornal iria ao ar neste sábado, às 19h45, a emissora exibiu uma reprise do programa Triturando. Não houve nenhum aviso da mudança aos telespectadores. A página do site da emissora com a programação para este sábado (23.mai) manteve a grade com a previsão de exibição do SBT Brasil.
A não exibição do telejornal motivou críticas nas redes sociais. Os termos “SBT Brasil” e “Silvio Santos” chegaram à lista dos mais comentados do Twitter na noite deste sábado (23.mai).
O SBT não se manifestou a respeito da mudança em sua programação.
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